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segunda-feira, 20 de abril de 2009

NÓS E AS NOVAS TECNOLOGIAS


NÓS E AS  NOVAS TECNOLOGIAS 

Por Vera Milman*

Quando comecei a trabalhar em Televisão, 1978 – uma mídia de muitos desafios, até hoje – me deparei com uma linguagem baseada na Imagem. Uma das primeiras coisas que aprendi na faculdade foi que  “a imagem diz mais que mil palavras”.  Na verdade, precisa um bom texto para acompanhar as imagens e um bom áudio para cobrir a matéria. São poucas à vezes que só a Imagem é suficiente.

Trabalhar em televisão foi um aprendizado diário. A evolução das tecnologias aplicadas no campo televisivo eram rapidamente substituídas por outras mais novas que surgiam no mercado. E o mercado sempre despejava novidades nessa área. De um ano para outro, dependendo do material, o equipamento usado por uma emissora poderia ficar obsoleto.

Quando comecei, saíamos em equipe para fazermos uma gravação/reportagem e contávamos com, no mínimo, quatro profissionais: o produtor e/ou + repórter + iluminador + o técnico de som, além é claro do motorista que nos acompanhava e sempre dava uma “mãozinha”. Equipamentos pesados e de difícil instalação faziam parte da rotina de uma equipe de externa, com material de som, iluminação e fitas de gravação enormes comparadas as que hoje são utilizadas.

Depois de horas de gravação, a etapa seguinte era editarmos o material produzido. Íamos para a ilha de edição, onde o talento de cada um era medido de acordo com a capacidade de colocar no “ar” uma matéria de poucos minutos, reduzindo-a para ficar apenas o estritamente essencial. Fazer com que os “cortes” não aparecessem na edição era uma especialidade técnica e exigia muita experiência.

Hoje, vivemos na era digital. São maiores as facilidades para produzir e gerar matérias, o equipamento é muito mais sutil, menos cansativo, mais prático, um número menor de pessoas são acionadas para fazer um trabalho que, antigamente exigia muito esforço físico, inclusive. Enfim, são os avanços tecnológicos que propiciam tantas regalias e vantagens, se comparados aos de 30 anos atrás. 

A era digital integrada a Internet transformou o mundo e criou um outro tipo de sociedade: a sociedade da CONEXÃO  a sociedade de REDE. Estas são as palavras chaves para tudo o que está acontecendo e se desenvolvendo no mundo das Mídias Eletrônicas.

Confesso, não tenho tanta desenvoltura para lidar com tudo isso, como gostaria.  É no trabalho, com o uso do computador, são os aparelhos domésticos, cada vez mais sofisticados, são os celulares, também, cada vez mais modernos, são as mudanças que ocorrem nos serviços bancários... A sensação que tenho é que estou sempre atrasada em relação às inovações que aparecem; quando consigo dominar um determinado item, surge outro mais potente, mais extraordinário, e pasmem, cada vez em tamanhos menores. 

Todas essas tecnologias são usadas e aplicadas hoje para conduzir e facilitar as nossas vidas(?). Há muito que elas vieram para revolucionar os meios de comunicação e para revolucionar o nosso cotidiano. Quem achar que pode viver sem elas, engana-se, ou então não vive no mesmo mundo que a maioria. Pode até ser uma opção. Respeito. Parte-se do princípio de que cada um sabe o que é melhor para si.

Mesmo com as minhas dificuldades eu vou avançando, vou aprendendo cada dia uma coisa nova, seja no computador, seja no novo celular que adquiri, seja no uso mais seguro da Internet, enfim, eu tento acompanhar aquilo que tem sentido para mim. Tem vezes que o simples fato de não estar acostumada com uma tecnologia específica, me deixa relutante no seu uso, nessas horas prefiro chamar o meu filho, que resolve e me salva do desconforto da “falta de conhecimento”. Como todo filho, “pega” fácil, fácil essas novidades. Mas não dá para desistir: não deu certo na primeira, o jeito é tentar outras vezes. Não podemos dizer: Eu fracassei. Devemos dizerAinda não venci! (aproveitei o sábio ensinamento do indiano vivido pelo ator Lima Duarte, na novela “Caminhos da Índia”).

As pessoas que já passaram dos 50 anos, como eu, podem demorar um pouquinho mais para dominarem a técnica, mas isso não pode ser impedimento para não se incluírem na era digital, de estarem conectados com o mundo, de fazerem parte da rede. A curiosidade é o que nos move, seja com 20 ou 80 anos. O jeito é nos acostumarmos!

* Vera Milman é jornalista e  editora da Revista Tudo Perto e do site                  www.tudoperto.com.br

 

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